terça-feira, 16 de junho de 2009

O começo e a transformação do Bairro Novo Horizonte

No inicio dos anos 90, o então prefeito de Macapá, João Alberto Capiberibe, deparou-se com um grande problema social, a falta de moradia para milhares de pessoas, que não dispunham de residência própria. Diante disso o prefeito procurou uma área para lotear e distribuir gratuitamente às pessoas que precisavam, tendo encontrado o espaço na zona norte da cidade a qual foi denominada inicialmente de Capilândia.
O loteamento encontrou muitas dificuldades, com a ausência de infra-estrutura tão necessária ao desenvolvimento de qualquer aglomerado social, a falta de transporte coletivo, escolas, água potável e energia eram uns dos grandes problemas da comunidade.
Para suprir uma das maiores necessidades, os poucos moradores puxavam energia do bairro vizinho, por um fio que atravessava um pequeno igarapé, que divide os bairros Jardim Felicidade e Novo Horizonte até hoje, o que tornava extremamente dispendioso para qualquer família. Outro ponto que deixava a desejar, era a respeito do transporte coletivo, que não chegava até o bairro, vinha somente até o bairro Jardim, e então a viagem continuava a pé.
Com a chegada de uma nova campanha política, novas esperanças se transformaram em realidade para os moradores.
Em 1992, o asfaltamento das ruas beneficiou consideravelmente a vida de todas daquela área, com a chegada de transporte coletivo e a primeira escola do bairro chamada de Dom José Maritano “um prédio alugado pelo governo, que pertence à igreja católica Nova Eterna Aliança”. Com o beneficio alcançado os moradores do bairro não tinham mais que se deslocar para outros bairros para estudar e obter ônibus.
Em meados de 1994, houve um crescimento grande na população, diante do desenvolvimento do bairro. Com o tempo foram implantados órgãos públicos como Posto de Saúde, Correios, Ciosp e Agência Bancária.
Hoje o bairro é um dos mais desenvolvidos de Macapá, com projetos sociais ativos, como inclusão digital e escola em tempo integral.

Rádio Comunitária Novo Tempo

Uma outra conquista do bairro Novo Horizonte, foi à primeira emissora inserida no movimento de comunicação popular no Estado do Amapá. E tem como objetivo principal divulgar e transmitir programas de interesse da comunidade e abrangência de transmissão.
A rádio entrou em operação em 1994, tinha como finalidade principal a comunicação entre parentes que imigravam de outros estados e não conheciam o bairro. Com equipamentos básicos como microfone, amplificador e autofalantes, instalados nas proximidades do terminal de ônibus, onde hoje está instalado o Ciosp.
A dificuldade era tão grande que o correio encaminhava as correspondências aos locutores da rádio para anunciá-las aos destinatários. Pelo fato de não haver nomes das ruas, a única referência era a escola Dom José Maritano.
Com algumas melhorias e aberturas de ruas, a emissora chegou a ter mais de quinze caixas de som penduradas em portes na rua Cícero Marques de Sousa, onde hoje é uma espécie de centro comercial do bairro.
Em um período de 1998 a rádio funcionou clandestinamente, com vários programas sociais em vários segmentos religiosos, rurais, culturais e escolares. Em novembro do mesmo ano, a diretoria da rádio procurou a Anatel solicitando a regulamentação da emissora.
A Anatel fez várias investidas contra a emissora, que a obrigou a mudar de endereço e de funcionar, mesmo com pedido de liminar da diretoria da rádio para funcionar.
Segundo o diretor de programação Clailson Silva, a rádio comunitária é um avanço muito grande, mas conta com várias dificuldades, sem apoio de governantes e poucas parcerias.
Atualmente com 64 programas e 126 locutores, a grade de programação é inovadora na história da rádio amapaense, a Novo Tempo busca melhorias para bairro e, é a única comunitária do estado.